Resenha: Semifinais da Champions League


Mais uma vez, 100% de acerto nos palpites do blog. Final alemã confirmada! 2x0 em Ronaldo Fenômeno, que apostou em final espanhola e parece seguir os passos do Rei Pelé fora dos campos. Vamos às resenhas dos confrontos da semifinal.


Timaço do Bayern atropelou o todo-poderoso Barcelona e vai a Londres.  (Foto: uefa.com)


COM MOSTARDA

Em Munique, os bávaros fizeram o que deveriam ter feito na final do ano passado contra o Chelsea. Tomaram conta do jogo, com marcação avançada e jogadas frequentes pelos lados do campo. O Barcelona, acuado e com Messi andando em campo, foi presa fácil: 4x0! Müller marcou duas vezes, Gomez e Robben completaram o marcador.

É verdade que o 2º gol dos alemães, de Mario Gomez, foi flagrantemente irregular. No terceiro um lance polêmico de Müller sobre Alba: para mim, falta. Mas também houve um pênalti não marcado em favor do Bayern na primeira etapa. Pelo que se viu do jogo, o placar foi justo.

Creio que ninguém esperava um resultado tão elástico no primeiro jogo. Os catalães, atônitos, buscaram se motivar com uma suposta melhoria de seu astro. A “remontada” (virada) estava na boca do seu torcedor. Mas o sonho ficou longe de acontecer.

Em um jogo como era este, a situação tende a se agravar a cada minuto que passa. A virada fica mais difícil à medida que o jogo avança sem mudança no placar. No caso do Barcelona, a coisa começou a complicar antes do início do jogo. Na escalação, nada de Messi. Balde de água fria daqueles na torcida! A opção de Vilanova, da qual não gostei muito, foi colocar Fábregas para executar a função do argentino. Apesar de ter dado certo em jogos como o contra o Mallorca, não me parece que o ex-jogador do Arsenal tenha as características de projeção para ocupar a função do gênio argentino.

No campo, um Barça com mais posse de bola, mas sem agredir. Apenas duas chances na primeira etapa: virada para fora de Xavi após cobrança de escanteio e chute de longa distância de Pedro, para boa defesa de Neuer. O Bayern se comportava bem, seguro na defesa e saia com perigo nos contra-ataques puxados por Ribery e Robben.

Logo no início do segundo tempo, Robben recebeu em velocidade pela direita. Todo mundo sabe que ele vai cortar para o meio e finalizar, mas é difícil evitar. Pois a arrancada matou o brasileiro Adriano e a conclusão foi indefensável. Bayern 1x0. O Barça precisaria de 6 gols.

Foi aí que aconteceu algo estranho. Feio. Vilanova sacou em pouco tempo Xavi. Até aí tudo bem, pois Xavi foi ofuscado pelo extraordinário Schweinsteiger desde Munique e ele o substituiu por um atacante, Alexis Sanchez. Depois (aí já não dá para entender), saiu Iniesta para a entrada de Thiago. E Messi? Quietinho lá no banco.

Com o adversário rendido, o Bayern resolveu destruir o Barça. Luiz Gustavo passou em profundidade para Ribery cruzar e Piqué (bizonhamente) fazer contra. 2x0. Logo em seguida, o endiabrado francês passou por Daniel e cruzou para o sempre eficiente Müller fechar o caixão de cabeça. Ainda deu tempo para Rafinha perder ótima chance de fazer o 4 vira, 8 acaba.

No agregado, humilhante 7x0 em favor dos alemães. Esperava o avanço do Bayern, mas não pensava em uma diferença tão grande. O Bayern provou mais uma vez que é uma máquina, um time completo e equilibrado, que joga um futebol vistoso e ofensivo.

No dialeto Baianês, uma expressão define bem o que os bávaros fizeram: comeram o Barcelona com farinha. Para o negócio ficar mais alemão, digamos que foi com mostarda.


Borussia garantiu a final alemã em confronto apertado (Foto: uefa.com)


ALL YELLOW (MAS QUASE “AMARELOU”)

“Fantástico” é a palavra que melhor qualifica o que aconteceu em Dortmund. Alertamos aqui sobre a força do Borussia nos seus domínios, mas não era previsível que acontecesse o massacre que se viu com a Muralha Amarela empurrando seus jogadores.

Nos dias anteriores ao jogo, temi que essa união da equipe alemã fosse mitigada pela notícia da contratação do maestro Gotze pelo rival Bayern, mas felizmente a equipe soube lidar com essa situação e jogar o seu melhor futebol.

O Real foi apertado o tempo todo! Contra o time de Mourinho, só se viu coisa semelhante em confrontos com o Barcelona.  O gol que os merengues fizeram aconteceu por uma infelicidade de um dos melhores zagueiros do futebol mundial, Hummels. Um erro individual que não ofusca a excelente atuação de todo o time alemão.

O destaque, é claro, foi o atacante polonês Lewandowski, que fez os 4 gols da goleada. Mas ele é muito bem municiado para isso. A marcação avançada do Borussia sufocou a saída de bola madrileña e as boas opções ofensivas da equipe de Dortmund pressionaram o tempo todo e criaram diversas chances. Se não fosse pelo goleiro Diego Lopez, o placar poderia ser ainda mais dilatado.

Em Madrid, o clima era do “sí, se puede” (sim, nós podemos). O Real já tinha no seu histórico algumas viradas históricas em competições europeias e a torcida se mostrava confiante. Na chegada ao Bernabeu, o elenco e a comissão técnica foram recepcionados pelo presidente Florentino Perez, que cumprimentou individualmente seus atletas.

O Borussia escalou seu time normal, na disposição tática com que costuma atuar. Mas quem avançava a marcação era o time da casa. A escalação do Real demonstrou um meio-campo bem ofensivo, com Xabi Alonso e Modric (ao invés de Khedira), além de ter a volta de Di Maria ao time. Logo nos primeiros instantes do jogo, Higuaín recebeu livre de Ozil, mas chutou em cima de Weidenfeller, que fechou bem o ângulo. Cristiano Ronaldo também parou no bom goleiro alemão (após lindo lançamento de Di Maria), enquanto Ozil perdeu grande chance ao receber passe de Higuaín e finalizar ao lado do gol. Ainda no início do jogo, Mario Gotze saiu contundido e deu lugar a Grosskreutz, fazendo o time alemão perder força ofensiva.

Após a pressão inicial, o Borussia conseguiu anular o ataque espanhol. O resto do primeiro tempo foi morno, mas a etapa final superou todas as expectativas em termo de emoção.

A equipe alemã, corajosa, não mais se contentou em suportar a pressão do Real. Seus contragolpes começaram a ameaçar a equipe da casa. Nos 20 primeiros minutos, os alemães tiveram três boas chances de marcar. Lewandowski finalizou primeiro para fora, após cruzamento pela esquerda. Em seguida foi acionado por Reus em velocidade na direita e fuzilou o travessão de Lopez. Minutos depois, em nova jogada de Marco Reus, Gundogan recebeu livre e concluiu para grande defesa do goleiro do Real.

Depois dos sustos e já com Kaká e Benzema na equipe, os donos da casa retomaram a pressão. CR7, apagado no jogo, recebeu passe de Ozil e finalizou sobre a meta aos 25 minutos. Aos 37, Kaká fez bom passe para Ozil na direita. O alemão cruzou rasteiro para Benzema se antecipar à defesa e inaugurar o placar.

Preocupado, Jurgen Klopp fez uma mudança que chamou de vez o Real para cima. Sacou o artilheiro polonês e reforçou a defesa com o zagueiro/volante Kehl. Aos 42 minutos, Benzema pegou um rebote de cruzamento e serviu Sérgio Ramos, que encheu o pé para fazer 2x0 e deixar os blancos a um gol da final.

O Borussia recuou todo, quase “amarela”, mas a pressão final do Real foi infrutífera. Os cruzamentos foram bem cortados pela defesa. Sabem de uma coisa: se faltou Lionel Messi ao Barcelona, faltou Cristiano Ronaldo ao Real. Uma atuação melhor do craque português poderia garantir o avanço aos espanhóis. Mas o bravo Borussia, dono de excelente campanha, está na final com todos os méritos.

Apesar do tom branco que o confronto tomou no fim, em homenagem ao palpite do texto anterior podemos sim dizer que a trilha sonora do confronto é essa aí abaixo...

Voltaremos com a previsão e o palpite da grande final!

http://www.youtube.com/watch?v=SU1HrTOzcnk


Confiram os lances das seminfinais aqui:

http://www.tvgolo.com/match-showfull-1367350916---50

http://www.tvgolo.com/match-showfull-1367435287---50


Por Diego Cabús
Salvador

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