Triunfo contra o Figueira em casa foi com a cara do Bahia.


Acho difícil você conhecer algum torcedor do Bahia que tem problemas no coração, pois a quantidade de emoções que este clube nos proporciona e não nos mata é mais preciso do que qualquer teste de esforço ou eco cardiograma que uma clínica possa fazer.  E ontem mais uma vez foi assim.

Em jogo válido pela 25ª rodada do Brasileirão, estavam em campo 2 times em ascensão na competição, enquanto o Bahia é o líder do returno e defendia uma invencibilidade de 6 jogos, o Figueirense-SC estava 5 jogos sem perder, inclusive com 2 triunfos sobre Corinthians-SP e Cruzeiro-MG nos dois últimos jogos em casa. Porém, o espetáculo ficou um pouco diminuído por conta da ausência dos homens gol, Souza pelo Bahia e Aloísio pelo Figueirense não atuaram por conta do acúmulo de cartões amarelos.

O jogo começou com uma novidade inesperada, pois enquanto todos estavam com a dúvida sobre quem entraria na vaga de Zé Roberto seria Lulinha ou Mancini, eis que Jorginho surpreendeu a todos com a entrada de Rafael no comando do ataque, e Elias (que já estava quase certo para entrar na vaga de Souza) como meia, caindo pelo lado direito com Jones Carioca do outro lado. Mas, depois Jorginho acabou invertendo, pois Jones pela esquerda não estava agradando, pois estava jogando torto e sua velocidade não estava adiantando muita copisa, já que ele sempre tinha que ajeitar o corpo antes de tocar ou chutar a bola.

E foi justamente com Jones que perdemos nossa grande chance de abrir o marcador ainda no 1° tempo, em jogada ainda pela esquerda ele entrou livre na cara do gol, mas o goleiro Wilson fez a defesa (a primeira de muitas). Sem muitas oportunidades claras de gol, o jogo estava preso no meio de campo e as jogadas laterais que resultavam em cruzamentos eram todas cortadas pelas defesas.  Mas, aos 33 minutos, Julio César que estava substituindo Aloísio aproveitou um desses cruzamentos e abriu o marcador após falha da defesa que deixou a bola passar por todo mundo.

O gol sofrido foi um balde de água fria, pois por mais que não estivesse criando muitas oportunidades claras de gol, o Bahia dominava a partida em posse de bola, e Marcelo Lomba era praticamente um espectador. Porém, no 2° tempo a coisa mudou, e Jorginho já voltou com o time mais ofensivo e principalmente mais rápido, com a modificação de Lulinha no lugar de Rafael, que produziu muito pouco. Assim Elias ficou mais fixo no ataque com Jones e Lulinha fazendo os flancos.

O Bahia foi só ataque durante todo o 2° tempo, mas o gol não saia. As chances do Esquadrão pararam no goleiro Wilson que estava em um dia inspirado. E até quando Wilson nada pôde fazer, a bola explodiu no travessão após cobrança de falta de Neto. Mas, a cada chance desperdiçada a Nação Tricolor mais se empolgava e continuou empurrando o time para cima do Figueirense-SC que não conseguia encaixar nenhum contra ataque, e estava usando a feia tática da cera, com jogadores desabando durante todo o 2° tempo.

Porém, todo o esforço da Nação empurrando o time começou a dar certo aos 27 minutos, com um cruzamento de Jussandro vindo da esquerda, que passou por toda a defesa do time catarinense e ficou de frente para o gol quando Hélder chegou meio de carrinho praticamente dividindo a bola com Diones que também estava esperto no lance, e a explosão de alegria tomou conta de PituAço. A Nação continuou com os seus cânticos a empurrar o time, e toda aquela sinergia parecia dar resultado com o time indo para cima. 


 
Hélder faz o centésimo jogo com a camisa do Esquadrão e comemorou a festa com um gol. (Foto: iabahia.com)

Mas, havia alguém querendo estragar a festa. O goleiro Wilson estava fechando o gol, e evitou a virada contra Jones, Elias, Lulinha, Diones e qualquer outro que tentava estufar as redes. Aí Elias foi substituído por Cláudio Pitbull (provavelmente e eu espero que por cansaço, já que está voltando de lesão, pois Elias jogou muito bem, tanto no primeiro tempo caindo pelos lados, quanto no segundo, ficando mais fixo na frente), e pouco depois Diones deu lugar a Kleberson. O Pentacampeão mundial entrou bem, mas errou duas bolas bobas no meio de campo que deixaram a torcida irritada, em uma delas quase o Figueira volta a marcar, mas por sorte a bola passou rente a trave.

A pressão Tricolor continuou da mesma forma que Wilson continuou pegando tudo que vinha pela frente. Mas, aos 45 a recompensa veio para a Nação Tricolor pela linda festa que fez em PituAço, apoiando o time incondicionalmente até o final do jogo. Depois de cruzamento esticado, Jones Carioca acreditou e foi até para a bola, mesmo com o goleiro Wilson estando mais perto, o atacante tricolor conseguiu chegar primeiro e dividir o lance com o arqueiro e mais um zagueiro adversário, e na sobra Cláudio Pitbull mandou uma cavadinha na bola, a apreensão tomou conta de todos no estádio, pois a bola entrou devagarzinho, no canto com todo mundo olhando, enquanto o goleiro e o zagueiro pediam falta no lance. A bandeirinha corria com passos de tartaruga para o meio de campo, e todo o estádio se calou por alguns milésimos de segundos, sem saber o que a assistente estava sinalizando com aquela corrida curta com as pernas presas, até que o juiz confirmou o gol, e a bandeirinha acelerou o passo correndo para o meio de campo. 2x1 e mais um triunfo daqueles, com a cara do Esquadrão de Aço e de sua torcida, que não desistem nunca de um jogo, ou de uma bola, como fez Jones Carioca.

Destaco na partida em primeiro lugar a Nação que só não foi perfeita pelo fato de ter 22 mil pessoas e não 32 como deveria, de resto apoiou e jogou com o time o tempo todo criando uma sinergia sensacional com os jogadores dentro de campo. Dentro das 4 linhas o destaque foi Hélder, fez uma senhora partida, jogou muito, roubando bola e distribuindo o jogo, o gol só coroou sua atuação. 
Lulinha também jogou muita bola, infernizou a defesa catarinense, e fez igualmente no jogo contra o Grêmio-RS no 1° turno (naquela ocasião infelizmente o juiz não nos deixou ganhar o jogo), porém fico com medo de pedir sua titularidade e ele decepcionar novamente, por enquanto continuo com o pensamento que é uma excelente arma para o 2° tempo, e hoje é o 12° jogador do Bahia.

Agora finalmente Jorginho terá uma semana inteira de trabalho antes da próxima partida diante do Inter no Beira-Rio domingo que vem em Porto Alegre. Sem jogo no meio da semana, o treinador poderá conhecer alguns jogadores mais de perto, e principalmente ter mais tempo para a recuperação de Zé Roberto e Gabriel, que devem voltar após suas lesões. Vamos aguardar e torcer para que o time continue com esta bela campanha no returno.


Confira os melhores momentos da partida:


Créditos do vídeos: globoesporte.com/ba (Rede Bahia/SporTv)



Por Lucas França
Salvador

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