Bahia começa o ano mal, se recupera, mas tem queda em reta final do 1º semestre.

Primeiramente, leia-se como 1º semestre o Campeonato Baiano e a Copa do Brasil até começar o Brasileirão. O ano do tricolor começou com boas perspectivas, pois havia muito tempo que o time não começava o ano com o mesmo treinador do ano anterior, e com uma quantidade de atletas da mesma maneira, iniciando assim um verdadeiro grupo.

Joel no comando de jogadores que foram aprovados no ano anterior como Lomba, Titi, Fahel, Souza, Lulinha, Hélder, Fabinho, Júnior, Magno, e os atletas da base que já tinham mostrado valor como Ávine, Omar, Vânder (retornando do Flamengo), Ananias (retornando da Portuguesa), Morais (que teve ótima passagem em 2010) e expectativa de usar novas joias da base como Mádson, Rafael, Dudu, Jussandro, Fábio Gama e Filipe, todos vice-campeões da Copa São Paulo de 2011.

Porém, depois de 5 rodadas no Baianão, Joel foi para o Flamengo, e o time do Bahia não estava jogando bem,  apesar de 3 triunfos seguidos após  1 empate e 1 derrota nas 2 primeiras rodadas. Para o lugar do Papai Joel, veio Paulo Roberto Falcão e toda a sua filosofia de futebol bonito e bem jogado. Mesmo depois de uma estreia com empate em 0x0 no clássico local jogando em casa, com apenas os mesmos 5 jogos que Joel comandou a equipe, Falcão teve seu nome gritado no Pituaçú, mostrando que com o mesmo elenco de Joel que atuava com 3 volantes, poderia sim jogar para frente, bonito e fazer gols, tornando o Esquadrão o melhor ataque do Brasil.

Aí veio a Copa do Brasil e a classificação sem necessidade do jogo de volta contra o Auto Esporte-PB na 1ª fase, na 2ª perdemos do Remo lá no Pará, jogando mal, mas recuperamos no Pituaçú com um 4x0 sem chances para o adversário.  Na 3ª fase contra a Portuguesa em São Paulo um 0x0 insosso, com um jogador a mais desde os 30 minutos do 1º tempo, e Falcão não mexeu no time para buscar o triunfo fora de casa, menos mal que o fraco time da Lusa no jogo de volta, não assustou, e vencemos por 2x0 novamente sem sustos em Pituaçú. Sobre a Copa do Brasil vou voltar a falar em breve.

Enquanto isso no Baiano, o Bahia seguiu goleando os adversários em alguns jogos, e passando certo sufoco em outros, com a desculpa de que os times do interior dão a vida nos jogos contra o Tricolor, dos gramados ruins, do calendário apertado e etc. Tudo bem, todas aceitáveis até certo ponto, mas no Ba-Vi no Barradão, o time tomou 2 gols em 7 minutos, e mesmo se recuperando e empatando o jogo depois, acabou derrotado por 3x2, mas se classificou com folga em 1º colocado, e com todas as vantagens até as finais (que seriam muito importantes).

Semifinal contra o Vitória da Conquista, e o time fez um péssimo 1º tempo no jogo de ida no interior, e acabou derrotado por 1x0, vantagem revertida para o Bode, porém fácil de recuperar jogando em casa, com apoio da torcida, mas não foi fácil como se esperava. Com um gol antológico do gigante Rafael Donato aos 47 do 2º tempo, o Bahia fez valer a vantagem conseguida na fase de classificação, e eliminou o time do interior, que enquanto estava empatando por 0x0 e garantindo a vaga perdeu duas grandes chances de matar o jogo.

O time de Canabrava também se classificou através da vantagem, por ter ficado em 2º e bateu o Feirense com 3x3 no acumulado das partidas, o mesmo 3x3 que 2 semanas depois daria o título ao Esquadrão. 0x0 no Barradão e vantagem mantida para a volta, porém com 10 minutos Neto Baiano, artilheiro da competição subiu com o grandalhão Donato e marcou. Desespero? Que nada, em 4 minutos empatamos o jogo, e viramos ainda na 1ª etapa. Tranquilidade? Que nada, o Bahia não mexeu, o Vitória sim, e deu certo. Pênalti, empate e virada 3 minutos depois. O que parecia um sonho estava virando um pesadelo, mas o time manteve a calma e tranquilidade, empatou o jogo e garantiu o título, de novo com a vantagem da classificação.


Após 11 anos, o título voltou pro Fazendão. (Foto: ibahia.com)

 
Encerrando este 1º semestre, o primeiro jogo das quartas-de-final da Copa do Brasil contra o maior vencedor do torneio, o Grêmio. Esperávamos um Bahia partindo para cima, com o futebol ofensivo e bonito tanto falado por Falcão, tentando fazer o resultado, mas Falcão entrou com os mesmos 3 volantes que não conseguiram vencer o Vitória nos 2 jogos das finais estaduais, e perdeu a partida (e provavelmente a classificação) para o time gaúcho.

Saldo positivo a meu ver, pois conquistamos o Campeonato Baiano depois de 11 anos de jejum, recuperamos a autoestima da torcida e temos jogadores que suam a camisa de verdade (vide o Capitão Titi e o Paredão Marcelo Lomba), e na Copa do Brasil já estamos entre os 8 (igualando outras 3 vezes a melhor campanha do clube nesta competição). Porém, como sempre digo vou repetir, o Campeonato Baiano não é parâmetro para nada, o simples fato de conquista-lo é quase uma obrigação, e esta derrota para o Grêmio talvez tenha acontecido para abrir nossos olhos, pois o Brasileirão vem aí, e lá futebol é outra coisa.

Expectativas para o Brasileirão e a estreia na Sul-Americana.

Neste 2º semestre teremos o restante da Copa do Brasil, o Brasileirão e uma novidade para o Bahia, a Sul-Americana.  Vamos iniciar por onde está quase acabando, a Copa do Brasil. Está quase acabando pelo menos para o Bahia, pois com a derrota para o Grêmio por 2x1 em pleno Pituaçú, o Esquadrão terá que jogar muito, ter muita sorte e eficiência para eliminar o tricolor dos pampas no estádio Olímpico em Porto Alegre. A competição valeu a pena, pois só de premiação foi R$1.140.000,00 segundo números da CBF, tirando os lucros com bilheteria, apesar de os 3 jogos em casa do Bahia terem tido apenas algo em torno de 30 mil pagantes.

No Brasileirão, teremos que mostrar para que viemos desde o início, pois a tabela começa com Santos, São Paulo e Atlético-MG, sendo estes dois últimos fora de casa. Graças à Libertadores, o Santos deve vir a Salvador com um time misto e dificilmente jogadores como Ganso, Neymar e Elano devem vir  para o confronto. É utópico pensar em título, mas uma boa campanha como Figueirense e Coritiba fizeram ano passado não, brigando até as últimas rodadas por uma vaga na Libertadores é possível sim. E, principalmente sendo respeitado pelos adversários, principalmente quando estes vierem a Salvador.

Nada de brigar para não cair, desde o início até o fim do campeonato como no ano passado, que foi aceitável, devido ao fato de estarmos voltando depois de 7 anos, e a estrutura financeira principalmente era incompatível com os times já consolidados na elite do futebol brasileiro. Este ano temos o melhor orçamento da história do Bahia, e entram aí cotas de TV, patrocínio e bilheteria, já que o ingresso custa R$30,00.  Temos sim que aproveitar o início da competição quando times como Corinthians, Fluminense, Santos e Vasco ainda estão na Libertadores e outros na Copa do Brasil (igualmente como nós) e fazer o máximo de pontos.

Outro ponto onde precisamos ir bem é na janela de transferência, o campeonato muda completamente depois dela, alguns times perdem seus melhores jogadores, e outros contratam aqueles que serão ainda os seus melhores. E este ano ela será antecipada para 20 de junho, na prática 40 dias antes do que na teoria que seria em 01 de agosto (o Grêmio já tem Zé Roberto, ex-Santos contratado). Não que teremos que contratar jogadores como Seedorf, Pato, Nilmar ou Robinho (nomes ventilados como possíveis reforços do clubes brasileiros), mas podemos ficar de olho em jogadores do futebol sul-americano, de equipes que disputaram a Libertadores (Conca ex-Fluminense é o grande exemplo de jogador comprado barato, jogou muito, eleito craque do Brasileirão 2010, e vendido a peso de ouro).

Como novidade, teremos a estreia do Bahia na Sul-Americana, condição conquistada com a classificação no Brasileirão 2011, sem muito alarde, pois apenas 2 times ficaram sem fazer nada (nem cair, nem Libertadores, nem Sul-Americana), mas não temos nada a ver com isso, e podemos conquistar uma vaga na Libertadores através desta competição, que geralmente os times não dão muita bola para ela, o Goiás mesmo caindo para a 2ª divisão em 2010, chegou a final e só não foi campeão por muito pouco (a decisão foi perdida nos pênaltis). Se este ano for usado o mesmo critério do ano passado, na fase brasileira da competição iremos enfrentar o São Paulo, mas ainda não foi nada definido.

O Bahia precisa de reforços em posições pontuais, principalmente no meio de campo, para parar com essa mania irritante de 3 volantes. E nas laterais, para também acabar com os improvisos. Como torcedor quero o título das 3 competições, mas como blogueiro e comentarista esportivo prevejo uma eliminação na Copa do Brasil, um Brasileiro razoável com bons jogos e uma colocação entre os 12 primeiros, beliscando uma vaga novamente para a Sul-Amerciana e na competição internacional sendo o São Paulo ou não o adversário prevejo uma classificação, pois a torcida e os jogadores darão a vida pela vaga na fase internacional.

Para isso, acredito que além de reforços, Falcão vai precisar repensar o time dele, pois começou com dois meias chegando nos atacantes, com os laterais apoiando bastante, e com uma marcação forte no meio, com a chamada compactação funcionando bem, com um futebol vistoso (bem verdade contra adversários mais fracos), com posse de bola, variações de jogadas e resultados, e agora o time está sem os 2 meias, com 3 volantes, apenas com as bolas paradas como arma forte do time, sem posse de bola, sem o futebol vistoso e sem a compactação, pois a marcação no meio está frouxa, o time não ganha uma bola de rebote no meio de campo, seja no ataque ou na defesa. Vamos lá Falcão, bote o time para jogar como você jogava, ou como você pensa, faltam peças? Peça a diretoria, mas resolva este problema que o time virou nos últimos jogos.


Falcão precisa melhorar o esquema tático se quiser um time melhor no Brasileirão. (Foto: ibahia.com)

 
Agora é aguardar e torcer, criticando sempre que necessário, mas elogiando quando as coisas certas forem feitas, pois este é nosso único desejo, um Bahia forte e respeitado novamente, principalmente nos nossos domínios.




Por Lucas França
Salvador

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