Depois de um início de Brasileirão ruim, segundo semestre do Esquedrão foi promissor.


O Esquadrão de Aço chegou no Brasileirão 2012 com melhores expectativas do que no ano anterior, afinal de contas, 2011 foi o ano do retorno, e os investimentos ainda eram tímidos e etc. Mas, mesmo assim em 2012 com a maior receita de todos os tempos, o Bahia não conseguiu fazer uma campanha digna, e se não fosse o técnico Jorginho, provavelmente estaríamos ouvindo piadas de elevador agora.
O título de Campeão Baiano (em falta há 11 anos) certamente maquiou as deficiências, mas como é repetido todos os anos, todos nós sabemos que o Baianão não é parâmetro para nada, e o time que tinha o melhor ataque do Brasil na primeira parte do ano, acabou o nacional com o pior ataque (média de menos de 1 gol por partida). A culpa em partes é da Diretoria que não teve um substituto para Souza durante toda a temporada, e todas as vezes que o camisa 9 não pôde jogar (e foram muitas) era um Deus nos acuda no comando do ataque.


 Presidente Marcelo Guimarães Filho confiou demais no elenco campeão baiano, seu maior pecado em 2012. (Foto: ibahia.com)


Mas, culpo também o técnico Falcão. Afinal de contas foi ele quem “montou” o elenco para o Brasileirão. Será que não percebeu a necessidade de mais um atacante? Além disso, o mesmo técnico com o mesmo elenco colocava o Bahia para jogar ofensivamente no Baianão, goleando os adversários (e virou melhor ataque do país), mas depois começou apenas a elogiar os adversários ora pelos elencos atuais, ora pelos feitos do passado, e montar o time recuado, jogando atrás, sem posse de bola, sem compactação, sem nada. E com apenas um triunfo em dez jogos foi demitido.
Aí veio Caio Júnior. Muita conversa bonita, dois triunfos fora de casa contra os paulistas Palmeiras-SP e Ponte Preta-SP, também fora de casa uma derrota injusta e roubada contra o Grêmio-RS e só, parou por aí. Até porquê pediu demissão alegando que precisava ficar juto dos filhos nos EUA, sobre isso prefiro não comentar. Nesse meio tempo (entre Falcão e Caio Júnior) fomos eliminados na Copa Sul-Americana. Copa o que? Pois, para nós não teve nada de internacional, fomos eliminados pelo São Paulo com um duplo e fáceis 2x0. Não desprezando o time do Morumbi que foi o quarto colocado no Brasileirão, e campeão da competição continental, mas não podemos ser tão apáticos assim em dois jogos, com dois técnicos diferentes. Estes dois jogos lembraram o Bahia da Copa do Brasil contra o Grêmio-RS, uma presa abatida desde o primeiro dos 180 minutos ainda a serem jogados.
Depois da frouxidão, ou melhor, demissão de Caio Júnior, o Bahia finalmente fez a única contratação excelente da temporada: o técnico Jorginho. Ele chegou com um discurso leve, manso e sem prometer nada além de trabalho. De cara se apresentou para a torcida tricolor com uma virada em cima do Santos-SP de Neymar em plena Vila Belmiro. Não mudou nada no time, exceto pela regularização do lateral-direito Neto, pois Jussandro já estava no grupo, e Falcão o chamou de verde, e Caio Júnior o substituiu quando levou cartão amarelo contra o Atlético-GO e só entrou com ele em campo porque Hélder estava suspenso. Na sequência do segundo turno fizemos jogos bons como contra o São Paulo, Atlético-MG, Vasco-RJ, Botafogo-RJ, Flamengo-RJ e Fluminense-RJ, este último apesar da derrota, fomos superiores.


 Jorginho conseguiu reerguer o Bahia e fez a quinta melhor campanha do returno da Série A. (Foto: ibahia.com)


Apesar de todo o sufoco para fugir do rebaixamento, que só foi alcançado na última rodada, o Esquadrão teve a quinta melhor campanha do returno do Brasileirão, o que evidencia ainda mais o ridículo desempenho na primeira metade da competição. Não serve como alento ou consolo, mas prefiro ter feito um melhor returno do que se fosse ao contrário, com um melhor desempenho no início e ter a queda de rendimento na reta final.

Destaques:

Titi depois de ter dois laterais de verdade jogando, voltou a jogar com firmeza e as falhas desapareceram já que deixou de ter que sair a todo momento para cobrir buracos na lateral esquerda. Foi eleito por Fred (artilheiro do Brasilerão) como melhor marcador dele. Gabriel sofreu com a falta de qualidade dos companheiros, mas mesmo assim conseguiu se destacar e certamente ser uma das revelações da competição, espero vê-lo em 2013 ao lado de jogadores mais capacitados para poder desempenhar melhor o seu potencial com passes de primeira e jogadas em velocidade.

Decepções:

Ciro foi contratado como grande nome para o ataque Tricolor, e mesmo no fraquíssimo Baianão não mostrou o mesmo futebol que o credenciou no Sport-PE, me decepcionou muito. Será devolvido ao Fluminense-rj e provavelmente emprestado novamente a um novo time. Kleberson não conquistou a vaga de titular nem com o time jogando com três volantes, e quando entrou no time parecia fraco, sem forças para dividir jogadas ou mesmo bater na bola, talvez este seja o verdadeiro motivo de ter sido dispensado no Flamengo-RJ, com contrato até o final de 2013, muita gente ainda deposita esperanças nele. Espero que queime minha língua, mas acho difícil render o que ganha (cerca de 200 mil/mês).

Pelo menos um alento para 2013. O técnico Jorginho fica. Não apenas pelo que ele demonstrou como treinador, Jorginho provou ser um homem de palavra, sério, honesto e trabalhador. Se renovou, é porquê imagina que pode fazer melhor do que foi feito este ano. Agora é aguardar o início da temporada e torcer que 2013 com Nordestão e Fonte Nova seja melhor do que 2012.



Por Lucas França
Salvador

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